domingo, 8 de novembro de 2020

Post rebaixado de MMZ


Já faz um tempo desde que Mega Man Zero/ZX Legacy Collection lançou e tudo mais, eu tinha comprado porque eu amo pra caralho Mega Man ZX e tudo mais, joguei ZX e aí eu joguei ZX Advent depois e aí eu simplesmente parei e foda-se, eu queria rejogar Mega Man Zero 3 também mas eu acabei desanimando com jogos num geral e entrei em hibernação depois. Mas bem, esses dias eu resolvi rejogar a saga Zero, afinal eu tenho os jogos aqui na Collection e tipo, eles são jogos, que foram feitos pra serem jogados, além disso fazia um tempo em que eu não jogava nada da saga Zero, então era uma boa oportunidade de revisitar ela e ver como a minha opinião sobre os jogos iria mudar.

Bem, no momento eu acabei de zerar MMZ3, e resolvi fazer um post aqui no blog falando dos outros jogos, e pretendo fazer review foda do Z3 porque eu realmente gosto daquele jogo. 

Sem mais delongas, bora logo falar do jogo.

Spoiler e tudo mais

Zero Anarcocapitalista

A história do jogo começa com uma garota e uns soldados random fugindo de uns mechaniloids gigantes, até que eles se encontram com o Zero no que parece ser um laboratório abandonado, a garota, chamada Ciel, faz uma gambiarra aí usando uma Cyber Elf chamada Passy e ressuscita o Zero no processo, que tava todo fudido, e aí ele limpa o exército após soltar as suas lendárias reticências. Turns out que a Ciel é a líder de uma resistência, que aparentemente tá lutando contra o governo opressor do último pedaço de civilização restante, Neo Arcadia. Que é governada por ninguém mais ninguém menos do que Mega Man X, que pelo visto ficou louco e tá taxando literalmente qualquer opositor á ele como maverick, até mesmo humanos. O motivo de tal oposição é que Neo Arcadia está sofrendo uma crise de energia, e diante a tal crise o X decidiu favorecer os humanos, dando energia foda pra eles viverem na luxúria enquanto os reploids que são máquinas tão recebendo apenas o necessário pra sobreviver, praticamente "passando fome". Então agora resta Ciel, Zero e a turminha do barulho derrotar o X e tudo mais.

Ok agora que o resumo obrigatório e chato tá fora do caminho eu vou comentar a história de verdade aqui, bem, ela é bem simples mas ela é boa. Depois de toda aquela bullshit de "Oh não! Wily/Sigma está atacando novamente!" isso aqui é como tomar água depois de ficar uns 3 dias num deserto. MM não tinha uma premissa tão intrigante desde o primeiro MMX, o que é bem deprimente se a gente for parar pra pensar, MMX tenta botar politica e os caralho a quatro mas no fim faz uma narrativa suber conturbada, imatura e previsível pra cacete também, tem muitos jogos com uma premissa bem legal mas a narrativa fudida realmente não ajuda.

De volta pra MMZ, como eu disse a história é simples. Mas ela ao menos é consistente em qualidade. A de Z1 é bem direto ao ponto tho, mas num geral ela é bem ok. O maior problema dela é o Zero, mas sinceramente foda-se, eu já fiz um post inteiro reclamando dele justamente pra eu nunca mais me dar o trabalho de reclamar dele pelo resto da vida. 

O setting é bem interessante, o fato de Neo Arcadia ser o único pedaço de civilização no mundo realmente diz bastante sobre as merdas que aconteceram em MMX, coisas tipo a colisão da Colônia Eurasia e afins só foram abordados por cima, mas aqui realmente da pra ver as consequências disso aí, realmente não tá fácil pra ninguém, não só disso mas de todos os eventos entre MMX e MMZ também. como os outros jogos nos mostram, a Elf Wars devastou a Terra mais ainda, aniquilou uma porcentagem alarmante da população da Terra, e fudeu a superfície dela também, a ponto da única zona habitável conhecida até então ser justamente Neo Arcadia. É um setting todo distópico e pós apocalíptico, algo que certamente é refletido no resto do jogo todo também, tipo na OST e nos gráficos, é uma direção nova bem bacana.

Bem, Z1 é bem simples então não é como se ele fosse rico em personagens ou coisa assim, eu mesmo não ligo tanto pros guardiões de Neo Arcadia nesse jogo, mas ainda assim eu quero falar do Copy X e do X, afinal eles são os personagens com mais conteúdo aqui.

Uau, o X louco era na verdade uma cópia!!! Mas enfim, sim, eu sei, o Copy X é um vilão unidimensional e bla bla bla. Mas eu gosto dele, Z3 viria a aprofundar ele um pouco mais, mas eu vou falar dele aqui logo mesmo e foda-se.

A Ciel criou o Copy X quando ela tinha uns 6 anos (ela é uma humana geneticamente modificada blz), ele era uma cópia perfeita do X. Não da pra saber exatamente quantos anos a Ciel tem durante esses jogos mas eu chuto que tem uns 10 ou 11, visto que é tempo o suficiente de dar merda em Neo Arcadia e tudo mais, além de que ela parece estar nessa faixa etária mesmo. Enfim, o Copy era um clone perfeito do X, mas a gente tem que lembrar que quando o X acordou ele tinha a idade mental de 14 anos. O Copy X simplesmente acordou, disseram pra ele que o verdadeiro X tinha sumido e que ele devia tomar o lugar dele pra assegurar a população de que nada ruim aconteceu. O X é praticamente Jesus Cristo do universo de Mega Man então o Copy tinha um peso do caralho nas costas. Ele não só tinha que alcançar as expectativas vindas do lendário X como ele também tinha que governar o único pedaço de população existente na face da Terra, tudo isso com a idade mental de 14 anos. E quando a crise de energia bateu tudo que restou foi proteger os humanos, visto que o X jurava proteger os humanos e tudo mais, ele pensou de forma bem irracional e imatura, mas é exatamente esse o ponto mesmo, o Copy X é imaturo e ingênuo pra caralho. Ele não é tipo um Sigma tá vida que tá fazendo uma revolução e sabe muito bem das consequências de tudo que ele faz, o Copy X genuinamente se enxerga como um herói, não é atoa que quando o player morre numa luta contra ele em Z3 ele declara todo felizão "See? I'm the hero!", o X teve centenas de anos de vivência, tudo bem que ele não é o personagem mais racional ou bem escrito do mundo, na verdade ele é bem ruim por causa dos problemas de narrativa de MMX, MAS, o X é certamente bem mais maduro do que o Copy X, como o próprio Zero disse, o X não é tão ingênuo quanto ele, e isso que fez ele se tornar um herói.

E falando no diabo, eu vou falar logo do X aqui também. O X aparece de relance nesse jogo e eles tomaram uma direção bem interessante com o personagem, o corpo físico dele foi destruído e ele vaga por aí como um Cyber Elf, e o X tá todo fudido. O personagem dele acabou tomando um rumo muito mais trágico do que qualquer pessoa poderia imaginar, enquanto o Zero tava tirando um cochilo o X tava por aí lutando as guerras, impedindo que o mundo literalmente acabasse e tudo mais. E ao longo do tempo o X ficou meio que foda-se pras coisas, é, o mesmo cara que nunca conseguia calar a boca e constantemente reclamava sobre ter que lutar ao invés de resolver as coisas na paz tá desse jeito aí, ele teve que suportar isso por tanto tempo que ele parou de realmente ligar, lutar virou rotina e tudo mais. E toda sentença que o X solta parece estar carregada de melancolia ou coisa do tipo, o cara realmente não teve um fim de carreira muito glorioso. É foda ver que o robô construído pra ser a esperança da humanidade terminou desse jeito. É bem irônico, o Zero é um personagem melhor que o X em MMX e o X é um personagem melhor que o Zero em MMZ.

Bem, é uma história legal, mas os outros jogos realmente trabalharam melhor isso tudo, visto que eles tem bem mais diálogos e não são tão direto ao ponto quanto Z1.

Mega Grinder Zero

Antes de tudo eu vou falar da movimentação do Zero aqui, que é surpreendentemente boa pra caralho! É sério, os jogos de MMZ tem controles bons pra cacete, acho que são os controles mais responsivos que eu já vi nessa franquia toda, é bem fluído e o Zero parece ter o peso ideal pra absolutamente tudo, desde platforming até combate. Admito que eu fico até mal acostumado por causa desses controles, visto que quando eu jogo algum outro MM de platforming o meu subconsciente espera que eles controlem da exata mesma maneira. Acho isso bem importante porque esse é o tipo de controle que favorece bastante bons reflexos, não só em Z1 mas em qualquer MMZ eu já estive em várias situações onde em outros jogos eu não teria tempo o suficiente pra reagir e me safar mas em MMZ eu consigo, parece que isso aqui roda na Retro Engine de Mega Man ou coisa parecida.

E bem, o moveset do Zero mudou bastante também. Diferente de como ele era em MMX ele pode usar um buster decente aqui, idêntico ao do X mesmo, e a coisa mais surreal disso é que você tem acesso a ele e ao Z-Saber simultaneamente. Você pode casualmente deixar o buster carregando de fundo enquanto você usa o Z-Saber, ou vice versa, ou então os dois de uma vez e foda-se. Sim, o Z-Saber pode ser carregado agora, é algo meio bizarro de se imaginar mas isso acabou sendo a norma desses jogos daqui em diante. Essa ideia de ter duas armas ao mesmo tempo é muito boa, é bem prático e funcional. 

Mas não tem apenas o Buster e o Z-Saber, tem duas outras armas também, o Shield Boomerang e a Triple Rod. O Shield Boomerang é algo que eu sinceramente nunca usei fora de momentos super específicos, em Z2 ainda, então foda-se ele. Já a Triple Rod é interessante, ela tem uma propriedade especial que permite você atacar os inimigos pulando em cima deles e quicando um pouco no processo, isso permite com que você possa atacar uns inimigos no ponto cego deles e simplesmente obliterar eles enquanto eles não podem fazer porra nenhuma, eu nunca usei ela tanto em comparação ao Buster e ao Z-Saber mas ela é uma arma divertidinha de se usar sim.

Porém nem tudo é um mar de flores, e essas armas vem com uma condição no mínimo intriguante. Basicamente, esse jogo tem um sistema de levels, ou seja, ao longo do tempo em que você ir usando certa arma ela vai aumentar de level e ficar mais eficaz, na teoria isso não é algo ruim mas o foda é que, as armas não ganham nada além do kit básico que a gente tá acostumado, o Z-Saber não vai ficar mais fodão e o Buster também não, o que eu quero dizer é que o player não tem que subir de level pra expandir o movepool dele, o player tem que subir de level pra aos poucos conseguir de volta tudo que ele teria normalmente nos outros jogos.

Sabe o buster? Ele começa só conseguindo atirar os limões que nem em Mega Man 1, eventualmente você vai ter o luxo de carregar ele até a metade, e depois poder carregar totalmente. O Z-Saber também começa todo sequelado, ele não consegue fazer nem um combo básico, só ao longo do tempo que o Zero vai ter a capacidade de simplesmente usar o sabre uma segunda vez. 

Muita gente diz que não tem nada demais isso mas eu não consigo simplesmente ignorar essa porra não. Ficar grindando de novo e de novo na infame Grinding Tower não é divertido, e não é porque o grinding não é algo que eu vou ter que fazer o jogo todo que isso vá justificar a razão desse defeito existir, eu não quero remediar ele, eu quero que ele suma do meu jogo. 

Mas pra melhorar o clima, eu vou falar das armas de chefe aqui. As armas de chefe desse jogo são as melhores armas de chefe da franquia inteira, I kid you not. Botam qualquer arsenal de MM Clássico ou MMX pra mamar enquanto usam os chips/cards de BN e SF como um trono. Cada arma tem uma função que ela exerce muito bem, é realmente muito foda como-- Ah ok foda-se, esse jogo não tem armas.

Ao invés disso você tem uns 3 chips aí, Thunder, Flame e Ice. Basicamente eles são itens equipaveis que dão uma propriedade elementar pro seu ataque carregado, Thunder paraliza os inimigos, Flame da dano residual por uns segundos e Ice congela os inimigos, paralizando eles, mas caso o inimigo em questão esteja no ar ele cai pro chão que nem bosta. E bem, eles interagem de forma diferente com inimigos com elementos diferentes, é um sistema de fraqueza bem basicão semelhante a o que você veria em qualquer RPG por aí, e como já da pra deduzir, eles funcionam como o sistema de fraqueza de bosses aqui.

Eu não vou meter pau nos chips e nesse sistema de elementos que nem muita gente, porque sinceramente eu gosto deles, é um sistema de fraqueza simplificado que deixa a ordem dos bosses mais flexível, sem contar que é legal ter umas propriedades assim nos golpes carregados. Mas os chips funcionam em melhor em conjunto com armas de chefe ou algo equivalente, como nos jogos posteriores. Aqui em Z1 eles são a única coisa remotamente similar a armas de bosses que você vai conseguir e isso é decepcionante pra porra, eu não faço a mínima ideia de como alguém achou que isso iria suprir a falta de armas de chefe.

Bem.. Z1 ainda tem uma mecânica nova. Que são os Cyber Elfs, eles são praticamente uns monstrinhos que você coleta ao decorrer do jogo, e você alimenta eles, evolui eles e pode usar eles pra fazer uma penca de coisa, mas o elfo consumido vai literalmente morrer e nunca mais voltar, então é, eles são itens consumíveis e um recurso limitado. 

Existem 3 categorias de Cyber Elfs, Nurse que tão relacionados a HP, eles podem aumentar o seu HP ou te curar como um Subtank. Animal que alteram seus atributos físicos, fazendo você poder escalar paredes mais rápido ou algo assim. E Hacker que fazem umas coisas super quebradas tipo cortar a barra de chefe de um boss na metade.

Os Cyber Elfs são bem variados e muitos tem funções estupidamente úteis. Mas novamente, nem tudo é um mar de rosas, na verdade, isso aqui é um mar de espinhos!


Como você deve ter percebido, eu mencionei que você precisa alimentar os seus elfos, fazendo eles evoluirem e tudo mais. Você faz usando E-Crystals, que droppam dos inimigos en quantias variadas ou então você simplesmente acha pela fase mesmo, que nem um recuperador de HP por exemplo. E bem, parece ser algo bem de boa visto que é um coletável que você vai ver até que bem frequentemente durante o jogo, mas eh...

O mar de espinhos se tornou um mar de espinhos cercados por uma corrente elétrica. Porque os Cyber Elfs pelo visto tem uma dimensão de bolso no estômago deles e você tem que alimentar eles com quantias assustadoramente altas de E-Crystals, o grinding que você vai fazer pra pelo menos maximizar a sua vida já é bem maior do que o grinding necessário pra deixar todas as armas num level decente. E algo que não ajuda é que vários dos elfos requerem que você evolua eles antes de você poder usar, então você vai ter o prazer de coletar eles só pra abrir o menu e encarar eles com a mesma cara de cu que o Zero faz a saga inteira porque você vai ter que grindar antes de sequer poder usar eles.

Claro, existem elfos apelões pra cacete, e eu realmente acho justificável o player ter que investir muito mais tempo neles. Porém isso é algo que se aplica a todos, e isso só fica pior quando você percebe que esse jogo não tem Life Ups e nem Subtanks pra você coletar por aí que nem em MMX, você tem que coletar elfos específicos que vão servir essa função, mas antes de você sequer poder usar eles você vai ter que evoluir eles. É uma burocracia do caralho que eu não consigo enxergar a necessidade, claro, o jogo é curto e tudo mais, faz sentido eles colocarem uma certa quantia de grinding como uma forma de "gatekeeping", mas seriamente, valeu a pena isso? 

"Ah, mas você nem precisa maximizar a vida e nem coisa assim, você pode ir zerar o jogo com o HP anêmico que tá de boa"

Sim, isso é verdade. Mas isso realmente justifica essa decisão bizarra? Tipo, pensa bem nisso. Essa sentença, nesse contexto, é equivalente a isso:

"Aumentar o HP nesse jogo é complicado demais, então, diferente de MMX eu prefiro deixar a barra de HP do jeito que tá mesmo"

É, acho que agora da pra ver o problema nisso, né?

Mas bem, foda-se isso daí também, o jeito que MMZ foi projetado pra se jogar foi o jeito hardcore e aqui nesta terra não há espaço para casuais!!

E bem, isso me leva a outro ponto relativamente importante. Até então eu não falei do level design e nem nada assim porque eu queria falar dele em conjunto ao sistema de rank.

MMZ introduz um sistema de rank, que avalia o player referente a pontuação que ele fez na fase, porém não é um sistema de pontos unidimensional que nem em vários jogos do tipo, a sua pontuação é segmentada em diversas categorias distintas, coisas tipo tempo, inimigos derrotados, dano recebido e tudo mais. O player tem que ter como alvo cada um desses requisitos pra ter um rank bom. E além disso o rank é acumulativo. Ou seja, ele é atribuído ao Zero em si e não as missões, então se você fazer uma missão com o cu e tirar rank lixo a média do Zero vai ser afetada e isso vai fazer ela diminuir, diminuindo o seu rank no processo. 

Esse sistema é basicamente o que define MMZ pra gigantesca maioria das pessoas. Visto que manter um rank bom é um desafio a mais que realmente agita a gameplay, visto que você vai se ter que preocupar com bem mais coisas durante a gameplay, visto que cada aspecto dela tá sendo avaliado. 

É um sistema bem legal, mas evidentemente ele tem uns problemas, como sempre. Agora a corrente elétrica do mar de espinhos é tão forte que ela toma uma forma física entitulada de Demerzel e começa a tacar uns meteoros em você. 

O foda do sistema de rank é que, em primeiro lugar, você só tem direito a uma tentativa praticamente, visto que você não pode rejogar as fases, quero dizer, você pode reacessar elas, mas você não vai ter direito a uma segunda tentativa durante essa sua jornada pelo rank foda. Isso não seria muito bruh se você pudesse se sair bem nas fases logo de primeira e tals, mas olha, as chances disso rolarem não são lá muito altas não viu.

MMZ foi um jogo projetado pro GBA, e ele tem sprites até que bem detalhadinhos, então você já sabe no que tudo isso culmina. Basicamente o Zero é bem grandinho, então a câmera é mais próxima dele, e por consequência a sua visibilidade é afetada. Vai ser bem comum você ver inimigos que você não pode reagir, e ok, como eu disse bem no começo, os controles são excelentes, e isso é verdade, mas não quer dizer que eu me safei de toda situação por causa deles. E tem horas em que o jogo tem a filha da putagem de colocar inimigos em pontos cegos, normalmente você avistaria um inimigo e ele iria se preparar e então atacar, mas tem muitas instâncias onde o inimigo se prepara pra atacar fora da dela e quando você passa a enxergar ele você já se fode. 

A solução mais lógica disso seria ser um pouco mais ligeiro, usar dash mais frequentemente pra poder se locomover de forma mais rápida e fuder os bichos. Mas como você já deve imaginar, isso é algo bem contra intuitivo, visto que se você rushar você só vai se jogar na frente dos inimigos e levar dano de graça. Então o único recurso que sobra é a memorização, e bem, isso é comum em jogos com foco em rank. Mas aí você lembra que você tem que voltar no save, ler os mesmos diálogos que não pra pular e ir tentar de novo.

O problema é que MMZ quer ser hardcore porém a sua mãe não o deixa. 

Mas ok, vamos supor que você só tá jogando normal mesmo e foda-se essas merdas. Bem, é provável que esse level design ainda vá te fazer tomar no cu algumas vezes sim. Claro, Z1 não é um MMX6 da vida ou algo assim, mas certamente ele não é uma aula de level design também. As vezes tem uns espinhos do nada e coisa assim. Então, é, agora o mar esp--

Ei, espera aí? O que é isso? É uma luz que eu tô vendo no céu? X? Impossível....

...


Ok, agora me diz se realmente valeu a pena eu me dar o trabalho de fazer essa piada.

Bem, isso daí é o Save Assist, ele é uma feature exclusiva que a Legacy Collection implementou nos jogos, e isso é a segunda vinda de Cristo.

Basicamente o Save Assist é um híbrido bizarro entre check point e save state. O jogo põe ele em um lugar específico, como um checkpoint, e quando você morre você volta pra ele, porém não consta como se você tivesse morrido de fato, o jogo essencialmente deu um load state pra quando você atingiu esse checkpoint. E não só isso, você pode apertar Select e dar Load State pra esse negócio quando você quiser.

Essa porra transformou esses jogos. Claro, os defeitos que eu citei ainda existem, mas o Save Assist realmente ajuda, sim, ainda é merda você levar dano gratuito e tudo mais, mas o importante é que você tem a chance de não se fuder mais.

E bem, o que sobrou pra pra falar? Ah sim, esse jogo é meio que um metroidvania por alguma razão. É algo que sinceramente não vale muito a pena entrar em detalhes, mas o importante disso é que por alguma razão esse jogo fica reutilizando as fases também, tipo, tem duas missões diferentes em cada área e tudo mais. E de novo eu não entendo essa decisão mas fazer o que.

Graficos e OST na mesma sessão de novo
(mesmo após 100 anos)

Já vou falar do peixe grande aqui: Diferente de muita gente, eu gosto bastante da direção artística de MMZ. Tem muita gente que odeia pra caralho o traço do Toru Nakayama porque ele deixa os personagens "Chibi e fofinhos", e embora eu consiga entender o fundamento desse criticismo eu meio que não uma foda. O pessoal age como se o Zero tivesse a cara da Ciel ou algo assim, claro que ele esse traço é bem mais cartunesco mas ele não é pra tanto também. Na verdade, como é visível em várias artes dele ou até mesmo nos jogos posteriores esse estilo consegue ser bem "edgy", as expressões faciais que o Weil faz nos próximos jogos são bem mais ameaçadoras do que as caras de papelão dos slide shows de X5 e X6, sinceramente. É um estilo bem mais cartunesco então ele é por tabela bem mais flexível. Eu amo as artes de X3 por exemplo, mas não é por isso que eu vou desmerecer a de MMZ.

Agora em relação aos designs em si, eu entendo que eles não tem o mesmo apelo que as armaduras com pés e mãos gigantes. Mas isso é resultado do avanço da tecnologia, o próprio Toru confirmou que eles queriam aproximar a direção artística com a de Mega Man Legends onde máquinas são praticamente indistinguíveis de humanos, e bem, o resultado tá aí. Essa mudança ocorre até mesmo dentro de MMX, em X8 os protagonistas tiveram uma alteração óbvia no design, que deixou a armadura deles mais fina. Pra mim quem reclama disso aí é beta cuck.

Mas bem, um criticismo que eu não vi ninguém fazer mas que eu tenho a fazer é que isso tudo acabou deixando os designs mais homogêneos. Em MMX havia uma diferença bem clara na armadura do X e do Zero por exemplo, elas compartilhavam boa parte dos detalhes mas cada um deles era diferente um do outro ainda assim, tipo as ombreiras do X serem arredondadas e as do Zero toda quadrada e tals. Agora em MMZ a armadura dos reploids são praticamente idênticas, dentre todo mundo praticamente a única diferença entre a armadura do Harpuia, do Phantom e da Leviathan são o capacete, e o Harpuia tem umas asas, mas fora isso é a mesma coisa, só muda a cor. É algo que eu nunca vi ninguém reclamar mas que sinceramente me incomoda um pouco sim, o foda é que o Makoto Yabe seguiu com essa tradição em MMZX também, o que é foda. 

Agora, se tem algo que eu gosto bastante é o contraste entre os designs do X e do Copy X. O X é praticamente um santo, com auréola e tudo, usando um manto que inclusive tem uma cruz. Já o Copy X usando a Ultimate Armor tem várias asas pelo corpo, e quando ele vai pra segunda forma ele se torna um arcanjo, com seis asas bem acentuadas, uma auréola gigantesca e coisas do gênero. O X é o produto verdadeiro e toda divindade no design dele é discreta e humilde, enquanto a do Copy X é toda chamativa e errática, só um detalhe daorinha aí que eu tava afim de mencionar. 

Ainda nesse tópico eu acho bem legal também que esse jogo pega aquilo de ter artes especiais pra umas CGs mais importantes, tudo bem que aqui isso só acontece umas 3 vezes mas sinceramente eles fizeram isso de um jeito BEM melhor do que o slide show que tinha em MMX5 e X6, até porque a arte aqui é consistentemente boa. Só acho bruh a ausência desse tipo de coisa mesmo, nesse jogo isso só rola umas 3 vezes como eu já disse, duas pro Zero sendo todo badass no começo e no fim do jogo respectivamente e uma pra quando a base da resistência tá sendo invadida. Essa do meio que me incomoda mesmo, quero dizer, supondo que por alguma razão eles só puderam fazer 3 dessas, não seria melhor ter reservado uma pro encontro do Copy X ou coisa assim? Só uma ideia mesmo. Uma coisa meio bruh que só tá presente na versão da Legacy Collection desse jogo é que a Capcom colocou um filtro por cima dessas CGs e aí colocou elas de volta no jogo, então essas CGs estão permanentemente com o filtro de catarro que sempre tem em emulador você não pode fazer absolutamente nada em relação aí, valeu aí Capcom é nois.

Pra um jogo lançado no comecinho da vida do GBA, Z1 é bem bonitinho. Quero dizer, certamente tem muita coisa bem janky tipo as caixas de texto gigantes e os mugshots enormes também, mas não é como se fosse super feio ou coisa assim. Felizmente as sequências melhoraram isso então eu não ligo muito. O jogo é bem menos colorido que um MMX da vida mas eu acho isso algo bom considerando todo o contexto desse jogo. Novamente tem uns negócios meio janky mas foda-se.

E bem, eu realmente aprecio a OST desse jogo também. Ela é inegavelmente muito mais simples do que de costume, tem umas melodias que são só um loop bem curtinho, e esse jogo reusa bastante as OSTs, assim como reusa as fases. Mas eu realmente aprecio a direção que essa OST tomou mesmo. MM e MMX são bem energéticos na maior parte do tempo mas MMZ tem umas melodias meio que assombrantes, e umas quase que corrompidas mesmo. É bem mais quieto e melancólico, embora boa parte seja simples e esquecível eu tenho umas que gosto bastante ainda. 

Gosto bastante de Cyber-Elf, que não só combina muito bem com o monólogo todo melancólico do X como também tem um motif no fundo que também utilizado no fundo de Fake, um detalhe bem bacana que não vi ninguém falar sobre. Gosto de Crash também, é um boss theme bem diferente do padrão. Eu amo X, the Legend, e aprecio o fato deles terem se dado o trabalho de fazer uma variação "vazia" dessa mesma OST pra usar quando o Copy X é derrotado, intitulada de End of Legend. Infiltration é legal também, ela mal parece uma OST de fase, essa melancolia toda é algo que eu aprecio. Mas as minhas favoritas mesmo são Neo Arcadia, que é um remix muito bom de X, the Legend. For Endless Fight, que me lembra bastante a música do final de MMX1. E a minha favorita mesmo que é Enemy Hall, por ser tão energética ela acaba se destacando pra caralho, e realmente mostra o poder das guitarras e da synth nessa soundfont aí.

Num geral é uma OST bem básica mesmo, mas a sequências vão refinar bastante essa fundação, a ponto de Z3 ter uma das minhas OSTs favoritas, good shit.


A conclusão é que Z1 é um jogo meio bizarro. Um grande sábio uma vez disse: "Mega Man Zero 1 é o jogo mais arcaico da franquia", e é realmente bem difícil discordar disso. Quero dizer, esse jogo lançou em 2002, 1 ano depois do X6 e uns 9 anos depois de X1, e até mesmo em comparação ao último citado esse jogo parece mais "velho e acabado", sem armas de bosses, reutiliza fases, grinding meio sofrido, a OST é num geral bem mais simples e é bem reciclada também, a história é mais linear e etc. É realmente estranho ver que MMZ não começou seguindo os moldes dos outros jogos direto, e que teve esse primeiro jogo pra reaprender a engatinhar pra só sair andando normalmente mesmo depois de Z2. Z1 é um negócio curioso, mas eu pelo menos acho ele bem interessante. Mas enfim, eu sou o Otenko e agora eu vou ouvir uma OST de Intenecion Cube aqui.

Conclusão: Mega Man Zero 1 és muy grande para ser una puta.



 

 

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