"Kurosawa é um jovem que bate uma no banheiro feminino e precisa gozar em objetos de outras alunas por chantagem para que seu segredo não seja revelado."
Com uma sinopse que faria muitos passar longe da obra e trazer nenhuma grande expectativa para o leitor, Onani Master Kurosawa é um dos meus mangás favoritos e eu nem sei o que eu tinha cabeça para ler essa sinopse e aceitar na maior tranquilidade e falar "bora ler, só tem 30 capítulos mesmo" mas também acredito que tenha sido uma das melhores ideias que já tive.
A dualidade entre Kurosawa e Kitahara
Como se a sinopse não fosse o suficiente para indicar que talvez fosse um sinal vermelho, as primeiras páginas do mangá não ajudam nenhum pouco também. O protagonista não é o melhor exemplo de pessoa; trata todas suas colegas de classe apenas como objetos de prazer, se auto-exclui de qualquer tipo de amizade pois, para ele, nada na escola importa, não há motivo algum de se socializar se isso não resultar em prazer carnal (ele mesmo disse que não se importa com a classe, apenas com a qualidade das garotas) e vive sua rotina escolhendo para qual garota ele irá "prestar uma homenagem" ou então, caso tenha algo que ele não gosta dessas garotas, com certeza ele irá se deleitar de prazer para punir.
Depois de uns capítulos vendo a relação dele com alguns de seus colegas e quão doentia sua mente é, a nova colega de classe do protagonista se apresenta para a classe e acaba sendo zoada por duas garotas por possuir uma aparência esquisita. Kurosawa não pareceu se preocupar muito com a colega, mas por achar irritantes as duas que estavam enchendo o saco todos os dias da colega nova, resolveu criar seu próprio método de punição ao gozar nas roupas das duas (e não demorou muito para Kitahara descobrir que o responsável por essa punição era o Kurosawa e quando descobriu, aproveitou de Kurosawa para utilizar dele como forma de vingança para as outras colegas).
A história continua com Kitahara utilizando o protagonista para punir outras pessoas que não vão com a cara dela (ou o contrário) em troca de não contar sobre todo o ritual de Kurosawa.
É assim que o mangá introduz os dois personagens principais dessa obra e não pecou em nenhum momento na forma que foi utilizada para introduzir os dois personagens e de mostrar o quão podre é a mente dos dois. Kitahara se aproveita de Kurosawa, utilizando seu segredo como uma forma de resolver todos os problemas. Como se não fosse suficiente, suas exigências e motivos para escolher algum alvo para Kurosawa punir são extremamente egoístas (ao ponto da maioria das punições são escolhidas com a intenção de acabar com alguma relação da pessoa e a constranger, podendo ferrar a vida da pessoa independente do que fizeram para ela).
Inicialmente, nem ligou para as consequências, afinal..não há motivo algum para nosso protagonista se preocupar em fazer isso; ele já está acostumado em se soltar jorradas diariamente no banheiro feminino e soltar mais algumas nos pertences de outras pessoas nem é algo complicado para ele (ainda mais quando não possui outra opção).
A complexidade em Kurosawa
Apesar dos primeiros capítulos levar a crer que a obra não irá chegar nesse ponto, o mangá consegue abordar de várias maneiras suas principais mensagens e de forma bem madura e natural. Temas quanto ações e consequências, amadurecimento, relações e objetificação são muito bem explorados pelo autor. Ao decorrer da obra, você começa a ver o personagem começar a se importar mais com as consequências das punições (ao ver o estrago que pode causar na vida de outras pessoas) e começar até mesmo a negar o contrato de Kitahara com o risco de ter seu segredo exposto para a turma toda. Chega um ponto em que Kurosawa se apaixona por Takigawa simplesmente por ser gentil com ele nos dias de chuva e quando ela revela possuir um namorado, Kurosawa entra em colapso e a descarta como lixo e escória, merecedora das piores punições possíveis nos pensamentos do protagonista, para ele, a gentileza dela era uma farsa. Foi um choque de realidade para ele, ao ponto de aceitar todos os desejos de Kitahara por puro ódio (a sua mente ficou num ponto tão doente que nem hesitou em molestar uma jovem de 14 anos ao "punir" numa flauta). Após um certo pedido de Kitahara para punir alguém, Kurosawa teria encontrado um desenho dele com a Takigawa e outros amigos numa das viagens que ocorreu, mostrando para ele o enorme valor que ela tinha dele e dos outros (e que não era falso) além de fazer ele realizar o peso da sua ação.
Após isso, Kurosawa resolveu tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida: confessar tudo que fez para todos. Chegou a hora do Kurosawa aprender que seus atos possuem consequências.
Ele vai ser xingado, vai levar uma surra enorme, ninguém vai olhá-lo pela desgraças que ele fez, vai ter que responder os pais das alunas que foram traumatizadas com isso e vai ter que encarar tudo isso por muito tempo. ..Quase o mesmo que acontecia com Kitahara, mas dessa vez sofrido por resultado de suas ações.
Kurosawa aprendeu que seus atos possuem consequências vendo esse vídeo.
É difícil acreditar na mudança total de uma pessoa ou no total arrependimento de uma e o mangá deixa explícito isso ainda mais com a quantidade de tempo que se passou e os alunos não se esqueceram dos incidentes e continuam o tratando mal.
Os próximos capítulos do mangá abordam de uma maneira incrível seus outros temas (como as relações) e o amadurecimento do protagonista mas não pretendo comentar sobre eles nesse post por pura preguiça para não acabar contando a etapa final, que além de extremamente importante é muito profundo.
Sim, eu acabo de fazer um post recomendando um mangá sobre punheta. Eu poderia ter entrado em detalhes mais aprofundados e analisar de maneira mais profissional, mas..acho que isso é o suficiente para convencer alguém a ler (acho).
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